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Por um Império da Flor de Lis

voltar às notícias 10 de março de 2023
boca do céu - 2022 (4)

Palestra de abertura do 12.º Encontro Internacional Boca do Céu de Contadores de Histórias “Ecos da lusofonia nas linguagens populares brasileiras”

Amon Pinho realizou estudos pós-doutorais em Filosofia pela Universidade de Lisboa e doutorou-se em História pela Universidade de São Paulo. É Professor Associado nos Institutos de História e de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia, Pesquisador Associado no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e diretor da Cátedra Agostinho da Silva UFU de Estudos Humanísticos, elemento da rede internacional de docência e pesquisa do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, de Portugal.

Por um Império da Flor de Lis.
Ou sobre os não-europeísmos universalistas e utópicos da cultura popular tradicional luso-afro-ameríndio-brasileira.

I. Um pensar-sentir por imagens

Se o que aqui se publica é um texto originalmente concebido como palestra de
abertura do 12.º Encontro Internacional Boca do Céu de Contadores de Histórias, e se o nome desse encontro em que nos encontramos é este, Boca do Céu, faz sentido que no céu, de algum modo, já agora nos ponhamos.

É noite… Uma noite clara, translúcida, de poucas nuvens e, ao que parece,
inebriante lua cheia. Não vemos a lua, mas o reflexo da sua luz no azul-marinho das águas. E sabemo-la cheia. À terra, não vemos mulheres ou homens, seres tão curiosos,mas rastros luminosos da sua presença sobre o solo dalguma parte do globo. E sabemo-los presentes. Do passado vindos, para algum futuro rumando. Daí fundo respiramos… Em sentido pleno. E tudo, natureza e cultura juntos, em momento assim único, se nos afigura tão bonito e delicado, tão digno de nota, que nos pomos a contemplar, pensar e reescrever.

No princípio de tudo era o Lógos, já se o disse. O verbo, a palavra, a linguagem.
Neste nosso vislumbrante princípio aqui é uma imagem. Uma fotografia.
Etimologicamente, uma escrita da luz. Uma linguagem da luz. E mais: luminosa.

Há então uma imagem. No começo, há uma imagem. E imaginação poética e
filosófica. Uma imagem noturna feita a partir de satélite em primeiro plano, na qual podemos visualizar duas porções de terra e duas porções de água, que, ao mesmo tempo, se separam e interconectam por meio de um estreito.

Clique aqui e leia o material na íntegra.