Convidados de 2016: Michel Faubert (Canadá)
voltar às notícias
O quebequense Michel Faubert nasceu em 1954 numa pequena cidade não muito longe de Montreal chamada Rigaud. Autodidata, Faubert coleciona canções, contos e lendas percorrendo o Quebeque e a Acádia há mais de vinte e cinco anos. Mas não se trata de um trabalho que se limita apenas ao registro. As histórias que ele escuta dos velhos que sabem narrar, ele as remodela, as reconfigura a partir de elementos contemporâneos. Aliado a músicos oriundos do cenário musical atual de Montreal, ele reatualiza as manifestações populares ao se reapropriar das canções ou dos contos sob sonoridades urbanas como o folk, o blues e até mesmo da música pop em alguns casos.
“Transmissor de memórias, folclorista pós-nuclear, etnólogo autodidata”, Michel Faubert prefere apresentar-se simplesmente como contador de histórias e cantor. Desde que descobriu as palavras dos antigos com o movimento de volta às raízes do Quebeque a partir de 1978, participa ativamente da cena da arte de contar histórias canadense com suas pesquisas, que também incluem as músicas e instrumentos tradicionais, narrações de contos e formação para as novas gerações de contadores de histórias.
A partir do seu trabalho de coleta, Michel Faubert gravou três discos de canções: Maldita Memória em 1992, Jejum e terça-feira gorda em 1995 e dois anos depois O som dos bosques, em 1997. Ao mesmo tempo e da mesma maneira, ele elaborou um disco de contos, O barqueiro. Paralelamente, com o grupo Os carvoeiros do inferno, conjunto vocal de canto à capela, Faubert, em 1993, participou de um álbum que levou o mesmo nome do grupo. Mais tarde, em 2000, ele retomou o canto à capela com o álbum solo A recompensa.
Mudando sua maneira de trabalhar, ele passou a escrever seus próprios contos. Trabalho que culminou na publicação, em 2000, do A alma que saía da boca do dorminhoco. Cada álbum resultou numa série de espetáculos. Finalmente em 2003, em parceria com Jérôme Minière, ele criou um novo espetáculo, Histórias feiticeiras, inspirado no repertório de contos e lendas do etnólogo francês Claude Seignolle. E ainda, junto com Os carvoeiros do inferno produziu um segundo álbum, Wô, sempre composto de cantos à capela.
Tendo viajado por diversos países para divulgar sua arte, recebeu em Madagascar a medalha de ouro dos Jogos da Francofonia em 1997. Publicou diversos livros, além de ter participado e gravado, hoje, mais de dez CDs em torno do conto e da canção tradicional do Canadá.
Polivalente, criativo e prolífico, Michel Faubert continua a fazer passar pela sua boca histórias e canções para viver.