Espaço que reúne material e referências sobre a arte de contar histórias

Contos populares brasileiros
ALCOFORADO, D. F. X e ALBN, M. D. R. S. (1996). Contos populares brasileiros: Bahia. Salvador: Universitária.
Este volume faz parte do projeto Conto Popular e Tradição Oral no Mundo de Língua Portuguesa, que envolve instituições culturais diversas do Brasil e de Portugal. Neste volume, estão reunidos contos pertencentes à tradição cultural do Estado da Bahia.

Mário de Andrade - Missão de Pesquisas Folclóricas (2)-500x500

ANDRADE, M.(2007). “Missão de pesquisas folclóricas -1938”. São Paulo: SESC e Prefeitura da cidade de São Paulo.

Em 1938, quando o Departamento de Cultura financiou a Missão de Pesquisas Folclóricas, Mário de Andrade deparava-se com o dilema da modernidade: ao mesmo tempo que as manifestações populares corriam o risco de desaparecer com a crescente urbanização do país, o avanço tecnológico da época proporcionava meios de capturá-las em discos, fotografias e filmes.

Nesse jogo ambíguo, entre a ameaça de destruição do fato e a construção de referências, o projeto adquiria um caráter urgente. O interesse pela cultura nacional levou Mário a viajar ao Norte e Nordeste do país na década de 1920. Anotada no livro póstumo Turista Aprendiz, a aventura existencial e intelectual marcou sua trajetória como pesquisador de campo e o convenceu da necessidade de deslocar-se ao Brasil profundo, a lugares onde nossas tradições culturais ainda não teriam sucumbido ao peso da industrialização. Repetindo, em linhas gerais, o trajeto empreendido pelo escritor nessas viagens etnográficas, a Missão foi, sob muitos aspectos, a institucionalização de uma experiência pessoal. Formada por Luís Saia, Martin Braunwieser, Benedicto Pacheco e Antônio Ladeira, a caravana deixou São Paulo em fevereiro de 1938 rumo ao Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Maranhão e Pará.

Um revés político, ocasionado pelo Estado Novo e a chegada de Prestes Maia ao poder municipal, encurtou a permanência de Mário no Departamento de Cultura. Ainda assim, a Missão conseguiu concretizar sua primeira etapa: a partir dos cadernos de campo, imagens, músicas e dos inúmeros objetos recolhidos revelava-se um fragmentário, porém significativo, panorama do folclore nacional.

A organização e difusão do material não lograram o mesmo sucesso. Os esforços, nesse sentido, estiveram restritos, durante anos, ao trabalho solitário de Oneyda Alvarenga, primeira diretora da Discoteca Pública, que sem o respaldo da Prefeitura empenhou sua vida para que o acervo fosse preservado.

O lançamento desta caixa de discos não pretende retomar o projeto de Mário de Andrade, datado dos anos 1920 e 1930, época em que São Paulo ainda se preocupava em lançar um olhar sobre a questão nacional, debruçando-se para além de suas fronteiras políticas e culturais. Ao trazer a público uma seleção dos registros fonográficos da Missão de Pesquisas Folclóricas, o objetivo da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o SESC-SP, é reiterar a profunda dimensão desse acervo, parte fundamental da cultura material do povo brasileiro.

Carlos Augusto Calil

Secretário Municipal de Cultura
Fonte: http://ww2.sescsp.org.br/sesc/hotsites/missao/apresenta_frameset.html

 

Antologia do folclore brasileiro v. 1

CASCUDO, L. da C. (2002) Antologia do folclore brasileiro. Vol. 1 e 2. São Paulo: Global Editora.

Luís da Câmara Cascudo, o grande pesquisador da cultura popular brasileira, cujo centenário se comemorou em 1998. Câmara Cascudo, o fundador da Sociedade Brasileira de Folclore, marcou o estudo dos costumes e do imaginário popular brasileiro desde a publicação de „Vaqueiros e Cantadores”, em 1939. Os seus livros não são apenas documentos eruditos da cultura oral brasileira e de suas raízes indígenas, africanas e europeias, mas também clássicos da literatura brasileria eles próprios.

Antologia do Folclore Brasileiro é a reunião das meritórias informações elaboradas cronologicamente para facilitar o estudo literocientífico do povo brasileiro. O autor demonstra nesta obra conceitos e tendências ainda hoje presentes no cotidiano do brasileiro com as apresentações de Folia de Reis, Congadas, Bumba-meu-boi, Festas Religiosas Populares e outras manifestações comemoradas por todos os recantos do país.

Fonte: http://www.novacultura.de/camara.html

 

contos e fábulas do brasil - marco haurélio

HAURÉLIO, M. (2011). Contos e fábulas do Brasil. São Paulo: Nova Alexandria. 

No Brasil, não são muitas as coletâneas de contos populares, apesar da alardeada riqueza da nossa cultura popular e do empenho de estudiosos, como Sílvio Romero, Câmara Cascudo e Lindolfo Gomes. A publicação de Contos e fábulas do Brasil, pela editora Nova Alexandria, se reveste, por isso, de grande importância. Coligidos por Marco Haurélio, estes contos da tradição oral brasileira estão agora imortalizados em um livro que conta, também, com belíssimas ilustrações do artista plástico paraibano Severino Ramos.

A coletânea traz contos de animais, histórias de encantamento, religiosas e acumulativas. Há, ainda, notas esclarecedoras, assinadas pelo renomado pesquisador português, Paulo Correia, da Universidade do Algarve, mostrando o percurso das histórias, o número de versões existentes nos países de língua portuguesa e os similares de outros países.

Marco Haurélio, também, na abertura de cada seção, amparado em ampla pesquisa, num trabalho que dosa rigor e criatividade, aponta variantes das histórias colhidas por ele em outras coletâneas e até o reaproveitamento de muitas delas na literatura de cordel. Os leitores da obra dos Irmãos Grimm identificarão em Maria Borralheira a versão brasileira de Cinderela. E reconhecerão em O príncipe Teiú elementos da clássica história A bela e a fera e do conto mítico Eros e Psiquê, que integra O asno de ouro, escrito por Apuleio no século II d.C.

Segundo a professora Isabel Cardigos, referência mundial no estudo do conto popular, Contos e fábulas do Brasil, é “um livro fadado para ter a maior sorte: entre os adultos e entre aquelas crianças felizes a quem os adultos vão saber recontar estas histórias para que, com a ajuda da escrita, continue a correr a antiquíssima magia dos contos de tradição oral.”

Fonte: http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2011/08/lancamento.html

 

Tupa

JACUPÉ, K. W. (2001). Tupã Tenondé: a criação do Universo, da Terra e do Homem, segundo a tradição oral Guaraní. São Paulo: Peirópolis.

Antigamente para tornar-se pajé, o índio Guarani tinha que conhecer as palavras mágicas, a sabedoria oculta que somente os tamãi (sábios antigos) dominavam e eram encarregados de transmitir. Depois de uma reflexão profunda sobre os ensinamentos é que o iniciado passava ao aprendizado das técnicas, ou ritos especiais, para então especializar-se na medicina da alma.

Em meados do século passado, parte desses ensinamentos foi revelada à civilização não-indígena por autorização de um grande sábio sonhador, Pablo Werá, com a finalidade de “semear o coração do estrangeiro”, segundo a profeta dos Jeguaka Tenondé do início do século XX.

Agora, em pleno século XXI, as palavras sagradas dos antigos desta terra ressurgem como uma lição ao mesmo tempo surpreendente e atualíssima, já que ao lembrar-nos a interdependência entre o Homem, a Mãe Terra, o Universo e o Grande Mistério Criador – base do aprendizado dos antigos curadores -, elas encontram ressonância na ciência e na espiritualidade dos dias atuais.

Tupã Tenondé vai certamente cumprir a função de colaborar na formação de corações valorosos, capazes de respeitar e valorizar a diversidade cultural num mundo em que, cada vez mais, alguns povos pretendem impor a outros sua maneira de ver e se relacionar com o mundo e a natureza.

Fonte: o próprio livro

o selvagem - 2

MAGALHÃES, J. V. C. O Selvagem. (1876) Rio de Janeiro: Typografia da Reforma.

Trabalho antropológico que contempla aspectos culturais, econômicos, geográficos, linguísticos e mitológicos de povos indígenas brasileiros. A primeira parte da obra, Curso da lingua geral, segundo Ollendorf, comprehendendo texto original de lendas tupìs, é uma gramática pedagógica organizada de acordo com o método de Ollendorf. (…)

Traduzido e editado em francês, inglês, alemão e italiano (Alfaro 2004:57), o livro causou impacto nos campos então incipientes da antropologia, etnologia e linguística brasileiras (Cf. Romero 1888). Pelo elenco de autores que citaram Couto de Magalhães, conforme Leite (1936), tem-se ideia do impacto – tanto positivo, quanto negativo – do seu trabalho entre seus contemporâneos e a geração que o sucedeu. (…)

Em atendimento às solicitações do Imperador, Couto de Magalhães compôs um livro prático sobre a língua e os costumes tupis, destinado a constituir um corpo de intérpretes bilíngues, capazes de promover a integração do índio na sociedade civilizada. Além do alcance pragmático, Couto de Magalhães tem consciência do eventual alcance científico das suas observações. (…)

[O autor] inaugurou na emergente antropologia e linguística brasileiras a observação direta como método de recolha de dados, o que o levou a prestar particular atenção ao som e à sua representação escrita, que deveria ser fonética. Adotou para tal o alfabeto fonético de Magnus Lepsius e descreveu detalhadamente, na primeira parte do seu Curso, as características fonéticas e prosódicas da língua, bem como as convenções que adotou para representá-las. (…) Os textos e comentários que permeiam suas lições gramaticais revelam-no um autor conhecedor não apenas da tradição descritiva do Tupi – refere-se às gramáticas de José de Anchieta (1595) e Luiz Figueira (1621), aos dicionários, aos catecismos; aos trabalhos mais recentes como os de Faria (1858), Gonçalves Dias (1858), – mas também do Kiriri, Quechua e do Guarani; bem como do clima intelectual do período. (…)

Do ponto de vista da descrição gramatical, ainda que se possa surpreender no seu texto certa terminologia gramatical mais tradicional, (…) seu ponto de vista sobre a estrutura gramatical da língua, que consistiu em deslocar a análise do nível da ‘palavra’ para o do componente da palavra (i.e. do ‘morfema’, como diríamos hoje) é original nesta tradição. (…)

Couto de Magalhães traz propostas que se revelarão inovadoras para a descrição da língua: a adoção de um alfabeto fonético; a distinção explícita entre modalidade oral e modalidade escrita de língua, e a consequente distinção entre ‘som’ e ‘ortografia’; a língua falada como objeto de observação.

Fonte: http://www.fflch.usp.br/dl/documenta/fichas_descritivas/Magalhaes_1876.htm

morangueta

PEREIRA, M. N. (1980). Moronguêtá: um Decameron indígena v. 1 e 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Brasília: INL.

Lendas, mitos, tradições e estórias dos índios do Estado Amazonas e dos Territórios de Roraima e Rondônia, distribuídos por suas cinco áreas culturais encontram-se reunidos em Moronguêtá: Um Decameron Indígena
– obra de ciência e poesia que se deve À pesquisa paciente pertinaz e amorosa do etnólogo Nunes Pereiara.

Este livro, estuda, também em capítulos especiais, a fauna e a flora, o relevo e o clima, a economia e a ecologa, os antecedentes da conquista e a situação atual dos índios amazônicos. Fruto de 40 anos de rigorosa pesquisa, MORONGUÊTÁ é ainda um livro romântico, heróico, fescenimo, sarcástico burlesco e lírico, um Decameron cheio de riqueza erótica e do encanto da cultura indígena brasileira.

Fonte: http://www.skoob.com.br/livro/101043-morongueta_volume_1

Estórias da boca da noite

PIMENTEL, A. A. (1976). Estórias da boca da noite. Brasília: Thesaurus.

Esta é uma coleção de contos populares que cumpre a preocupação já revelada pelos Irmãos Grimm de preservação da linguagem do povo, coisa que não conseguiram fazer, pois lhes faltavam meios mecânicos de coleta que modernamente dispomos.

Assim, Altimar Pimentel realizou um trabalho que pela fidelidade à linguagem popular revela se de todo o interesse para o estudioso do conto, preocupado com este aspecto ou com a estrutura narrativa, e até para os professores interessados na evolução da língua nacional.

Acresce a este aspecto que diz respeito a um público mais restrito a conservação do sabor popular das narrativas, em linguagem coloquial, que nos transporta ao mundo infantil, ao som das vozes que nos embalavam as noites com as estórias de Trancoso…

O cuidado do autor em evitar rebuscamente, a seriedade com que realizou a pesquisa e procedeu à reprodução das narrativas propicia uma visão do universo verbal da área onde procedeu a coleta e do encantatório da linguagem popular, despojada e colorida.

Adverte o autor para o perigo do desaparecimento do hábito de contar estórias em rodas para um grande número de ouvintes pela “invasão” dos modernos meios de comunicação. Os narradores, com os seus recursos pessoais, não têm um mínimo de condição para competir com a sofisticação das novelas ou dos filmes exibidos na televisão.

Isto vem conceder maior valor e interesse a estas “Estórias da Boca da Noite”, pois, elas constituem uma espécie de “canto de cisne” dos tradicionais narradores do Nordeste…

Fonte: http://www.thesaurus.com.br/livro/1309/estorias-da-boca-da-noite

 

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PRANDI. R. (2011) Contos e lendas da Amazônia. São Paulo: Cia das Letras.

Muitos são aqueles que ajudaram a registrar e transmitir um pouco da mitologia amazônica. Viajantes, exploradores, pesquisadores, amantes da cultura popular repassaram histórias que têm sido fonte de inspiração para romances, poemas e canções, entre outras manifestações artísticas que ajudaram a modelar a identidade cultural mestiça do Brasil.

Reginaldo Prandi apresenta 25 contos sobre o nascimento dos homens, dos bichos e das plantas, todos recheados de encantamento, temática recorrente da mitologia amazônica, eixo sobre o qual foi idealizado e escrito este livro. Mitos da criação do mundo físico – os rios, as estrelas, a Lua, a noite -, seguidos daqueles que falam do surgimento de plantas e animais, são complementados pelas histórias de heróis e personagens míticos característicos da região, além de duas lendas bastante recentes, que falam sobre a importância da preservação da floresta.

Em um apêndice, o autor oferece um retrato sintético e objetivo da região, fornecendo dados atualizados de seus três principais aspectos: a floresta, o rio e o homem. O autor apresenta ainda fotos de sua autoria desse universo infinito em que nasceram os contos e as lendas da Amazônia.

Fonte: http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13085

contos populares do brasil

ROMERO, S. (2008). Contos Populares do Brasil. São Paulo: Landy.

Este livro reúne alguns contos populares coletados pelo grande pesquisador brasileiro Silvio Romero. Nascido em Sergipe em 1851 e falecido em 1914, o autor foi um dos pioneiros na pesquisa etnológica, além de ser advogado, historiador e professor de literatura.

Estas histórias integram o seu livro “Contos populares do Brasil” publicado em 1855, que foi uma obra pioneira. Silvio Romero foi um dos primeiros intelectuais brasileiros a valorizar a cultura e os mitos populares como textos literários. Ele possuía uma postura diferenciada dos autores românticos que idealizavam nossa nacionalidade, mas desprezavam a cultura popular. (…)

A compilação dos contos surgiu do empenho de Silvio Romero em estudar e sistematizar cientificamente o Folclore Brasileiro, tendo em vista a busca de um caráter nacional com base no princípio da mestiçagem entre os elementos europeu, indígena e negro.

Fontes: http://www.bibliografiainfantilejuvenil.prefeitura.sp.gov.br/handle/123456789/58788 e http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/1993059/contos-populares-do-brasil